segunda-feira, outubro 31

Pôr ou não a cabeça no cepo


Foi no contexto de uma análise ao momento político aquando das eleições autárquicas que me propus escrever um pouco sobre o cenário do concelho onde moro.
Escrevi na altura e muito antes da contagem dos votos que era por demais previsível o seu resultado.
Aliás a estratégia da força mais capaz de assumir a alternância, também o previa no seu mote de campanha. Por extrema ironia e face a essa previsibilidade, não lhes ocorreu melhor ideia do que apelar à coragem dos eleitores.
Para além da evidente fragilidade da escolha, a que chamei o doce sorriso da mudança, a estratégia acabou por se tornar um tiro no próprio pé, valorizando quem o não merecia, deixando escapar a ideia subliminar que a mudança não era emergente, necessária e desejável.
A não ser, e julgo não ser o caso, haja em Oliveira um qualquer deficit democrático que torne essa saudável alternância inatingível e parece-me evidente não ser preciso assim tanta coragem para o desejo de mudança.
É esta a resposta que se me oferece, perante uma altercação que não provoquei, e que lamento ser apenas por mim assinada.
Meu caro amigo e anónimo interlocutor, criar este post, resultou muito mais do meu gosto pela palavra escrita, mesmo quando ela se torna incómoda, do que pela intervenção política, área para a qual não me sinto particularmente vocacionado. Mesmo respeitando a ideia romântica de que a política também se materializa na opinião e noutras atitudes quotidianas, deixo por respeito à honestidade, o seu exercício para os mais capazes.
Pôr a cabeça no cepo, ignorando esse valor, como infelizmente muito acontece por aí, não só precisaria de coragem, como seria a mais imbecil das ambições.
Tivessem todos os candidatos a mesma decência e estaria o concelho bem melhor.
Termino com a certeza de que nunca me faltará a coragem no momento da escolha, quando surgir alguém a quem reconheça qualidades para tirar Oliveira do Hospital do marasmo em que mergulhou nos últimos anos.

Joaquim Nobre

Nova interpolação


Anonymous said...
Caro amigo,

Não questionei, não questiono, nunca questionarei a sua relação com o trabalho, como pode depreender da minha mensagem.
Continuo no entanto, com a mesma liberdade e civilidade que o caracteriza, a pensar que quem não está satisfeito com o rumo dos acontecimentos tem o dever, e por ventura a obrigação de os alterar, e em relação ao caso a que nos referimos só existe uma alternativa - "pôr a cabeça no cepo", ou seja assumir a sua disponibilidade, reunir uma equipa e definir um projecto.
Depois, democraticamente, o povo decidirá, como aliás tem feito desde o 25 de Abril.
Melhores cumprimentos


terça-feira, outubro 25

A minha resposta ao anónimo


Porque não me disponibilizo?
Provavelmente por decoro.
Não fosse sentir-me inábil para tão nobre missão de servir o povo, utilizando a sua expressão, até me poderia tentar a tão grande veleidade. Acontece que tenho consciência dos meus próprios limites, ao contrário de muitos. E isso contraria a suposta superioridade com que me mimoseia.
Lembro o meu caro interlocutor anónimo que quando me sinto doente vou ao médico, o que não me impede de saber quando necessito de o fazer.
Não precisamos de ser doutos para ter espírito crítico, capacidade de observação, direito interventivo, com civilidade como é aliás meu atributo.
E é precisamente o reconhecimento desse direito, a melhor forma de mostrar respeito pelos outros.
O povo que elege quem se arvora de o servir merece essa consideração, senão que sentido teria o voto?
Retribuo os cumprimentos, mas com uma ligeira diferença de estilo.
Chamo-me Joaquim Nobre e também trabalho.

Quem és tu romeiro?


«Comentário de um anónimo ao meu post «Mais do mesmo»

De facto é mais fácil falar do que fazer.
Mas porque é que um ser tão diferente, tão superior, não se disponibiliza para servir o povo e levar o concelho para o topo, seja lá o que for esse conceito na sua mente.
Ás vezes dava tudo para ver certas pessoas, que não sabem senão "botar abaixo" com responsabilidades, para depois poder aferir da sua real capacidade.
respeite os outros. respeite quem trabalha.
Melhores cumprimentos.